31 de mai. de 2009

Prêmios BLiBie !

Estou concorrendo aos Prêmios BLiBie :
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Melhor blog de livros
NA DANÇA DAS PALAVRAS
O MUNDO ENCANTADO DE CECÍLIA MEIRELES

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Melhor blog feito por um professor

O MUNDO ENCANTADO DE CECÍLIA MEIRELES
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“Os Prémios BLiBiE pretendem divulgar e incentivar a utilização da importante ferramenta que é um blogue na área da Promoção da Leitura e na Educação.
O processo de atribuição de prémios pretende ajudar a aumentar a importância dos blogues no campo da leitura e da educação e ajudar a tornar esse excelente trabalho conhecido pela população em geral, bem como servir de mote de inspiração para o que é possível fazer com o poder da Blogosfera.”
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Se desejar, você poderá votar nos dois blogs e nas duas categorias.
Para votar, clique "aqui".
Obrigada por participar.
Grande abraço!
Com carinho,
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Leonor Cordeiro

Marcel Proust...

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Cada dia é para mim um país diferente.
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Marcel Proust, A la recherche du temps perdu
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29 de mai. de 2009

Lembrança alada

Fotografia de Luis Henriques
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Em alguma vida fui ave.
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Guardo memória
de paisagens espraiadas
e de escarpas em voo rasante.
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E sinto em meus pés
o consolo de um pouso soberano
na mais alta copa da floresta.
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Liga-me à terra
uma nuvem e seu desleixo de brancura.
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Vivo a golpes
com coração de asa
e tombo como um relâmpago
faminto de terra.
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Guardo a pluma
que resta dentro do peito
como um homem guarda o seu nome
no travesseiro do tempo.
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Em alguma ave fui vida.
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Mia Couto
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28 de mai. de 2009

Os livros

( Jean Sebastien Monzani )
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OS LIVROS
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dóceis
ao toque da mão às papilas do olhar
os livros

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mar ao vagar dos dedos
onde corre livremente o tempo
sem nunca tomar a direcção da morte

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velhos companheiros da luxúria vária
e da mais provada fidelidade
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cada um
uma luva
um bisturi
um sortilégio
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27 de mai. de 2009

(sobre as palavras...)

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"O fato central da minha vida foi a existência das palavras
e a possibilidade de tecê-las em poesia."
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Jorge Luis Borges
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25 de mai. de 2009

O amarelecer da memória

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(Fotografia retirada da postagem do autor).
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Estive hoje no local da total distância, no tempo da absoluta indiferença. São estas as viagens que qualquer pode fazer, não saindo de casa, encerrado no confinado de um quarto, encerrado no interior de si. Há quem o faça pela madrugada, enquanto a cidade dorme, ou domingo à tarde, que é quando a tristeza dói mais, por parecer única. Estive hoje suspenso a rever-te, antiga fotografia de uma viagem que eu não fiz a um destino onde nunca estarei. Há momentos assim: ferem-nos a retina, arquivam-se no cérebro, ficam, como as gravuras dos velhos livros de um parente morto, amarelecidos e para sempre esquecidos, no alto de uma estante, na prateleira do nunca mais.
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22 de mai. de 2009

Minhas amigas blogueiras e as suas palavras...

Acabei de ler no blog da Graça Graúna a postagem onde, com um poema, ela se despede do poeta Mario Benedetti .
Graça, para você :
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Ivan Rabuzin

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TRÊS RESPOSTAS
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A morte passará ao largo
de quem faz da Poesia vida,
de quem dorme de olhos abertos,
de quem troca instante fugaz
por eternidade.
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As estrelas brilharão cada vez mais,
sacudindo a poeira do tempo.
Darão risadas ao redor da lua,
ainda que no meio dos mais tormentosos
temporais.
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Os sonhos não fenecerão.
Serão guardados em baús aquecidos.
No momento certo, florirão
hasteados na palavra exata:
Liberdade.
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20 de mai. de 2009

Espera

Teresa Dias Coelho
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entre a morte e a vida
um braço descansa seus músculos e veias
na mesa de madeira politicamente correta
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.Leonor Cordeiro

Adélia ... Adélia... Adélia ...

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.Frida Kahlo
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(...) porque sou salva pela metáfora, a única realidade. A ciência não salva, porque insiste em chamar as coisas por seus nomes e quem suporta isto ? O amor é a mais fantástica metáfora, a realidade mais incrí­vel. Pedro ama em mim o que serei quando for.

Adélia Prado

Os componentes da banda. Editora Rocco, p. 49

18 de mai. de 2009

Meninos

Portinari - Menino triste -Óleo s/ papel. Série Meninos de Brodosqui

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MENINOS
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Sentado à soleira da porta
Menino triste
Que nunca leu Júlio Verne
Menino que não joga bilboquê
Menino das brotoejas e da tosse eterna
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Contempla o menino rico na varanda
Rodando na bicicleta
O mar autônono sem fim
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É triste a luta das classes.
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Murilo Mendes
(Poesia Completa e Prosa. Editora Nova Aguilar, p. 174)

16 de mai. de 2009

Alejandra Pizarnik : CoreoGrafías de la Palabra

Vídeo apresentado no XIII Foro de Filosofia y Literatura de la Universidad de Caldas. Por Maria Paz Gomez .
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SOLO UN NOMBRE
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alejandra alejandra
debajo estoy yo
alejandra
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Alejandra Pizarnik
La última inocencia (1956)
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15 de mai. de 2009

O leitor e o livro...



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"Naquela época era muito mais difícil ter acesso às bibliotecas e livrarias. Por sorte, na minha casa tinha muitos livros porque o meu avô e a minha mãe gostavam de ler. Mesmo quando eu não sabia ler, a minha mãe, no pouco tempo que ela encontrava entre cuidar da casa, ajudar o meu pai a criar bicho-da-seda, lia para mim e meus irmãos.

O meu pai assinava uma espécie de revista japonesa (parecia mais um livro, muitas páginas, com lombadas grossas) que vinha um pouco de tudo. Contos clássicos, biografias, acontecimentos históricos, mangás e algumas brincadeiras como adivinhas, palavras cruzadas."

Lúcia Hiratsuka

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13 de mai. de 2009

13 de maio ? Fala poeta !

SOLANO TRINDADE
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Tem gente com fome
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.Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
pra dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
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Piiiii
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estação de Caxias
de novo a dizer
de novo a correr
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Vigário Geral
Lucas
Cordovil
Brás de Pina
Penha Circular
Estação da Penha
Olaria
Ramos
Bom Sucesso
Carlos Chagas
Triagem, Mauá
trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Tantas caras tristes
querendo chegar
em algum destino
em algum lugar
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Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
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Só nas estações
quando vai parando
lentamente começa a dizer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer
Mas o freio do ar
todo autoritário
manda o trem calar
Psiuuuuuuuuuu
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11 de mai. de 2009

Bailarina


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a caixa de música esta muda,
silente solidão.
a bailarina de louça russa
está com depressão.
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(Tonho França)
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acorda bailarina
nos braços do poeta,
faça um pas de deux com minh’alma...
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(Leonor Cordeiro)
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10 de mai. de 2009

Que saudade...

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Que bom é suar na tarde e gritar:
mãe, cê tá aí, mãe ?
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(Adélia Prado - O coração disparado. Editora Guanabara, p.88)
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8 de mai. de 2009

Das margens

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Meu poema não é feito da água dos rios,
mas das lágrimas que as águas dos rios não levam.
Tenho um poema de urgências que me reinventa
à cada margem da vida.
Tudo em mim é líquido.
Meu poema é líquido.
Meus oceanos vazam enquanto nado em desertos.
Suo e sou a liquidez das manhãs
transbordando incêndios em silêncios.
Em mim, celebro um poema.
Dentro de mim, líquido, mora um poema.
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Adriana Monteiro de Barros
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7 de mai. de 2009

Compartilhando !

Ilustração de Fernando Vicente
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Não tenho nenhuma ligação com a Folha de São Paulo ou com a empresa Folha da Manhã, quero apenas compartilhar com você esse achado. Encontrei na Publifolha livros maravilhosos da Nova Aguilar com preços imbatíveis. Alguns já estão esgotados, mas esses ainda estão disponíveis :
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Oscar Wilde (Obra Completa) - de 260,00 por 34,90
Lima Barreto (Prosa Seleta) - de 288,00 por 54,90
Josué Montello, Diário Completo - de 300,00 por 59,90
Jorge de Lima, Poesia Completa – de 170,00 por 24,90
Carlos Drummond de Andrade (Prosa Seleta) - de 240,00 por 39,90
Aluísio Azevedo (Ficção Completa) - de 350,00 por 59,90
José Lins do Rego (Ficção Completa) - de 410,00 por 81,90
Murilo Mendes: Poesia Completa e Prosa – de 340,00 por 59,90
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Você pode comprar pelo site ou ligando para 0800140090
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Os silêncios da fala

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São tantos
os silêncios da fala
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De sede
De saliva
De suor
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Silêncios de silex
no corpo do silêncio
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Silêncios de vento
de mar
e de torpor
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De amor
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Depois, há as jarras
com rosas de silêncio
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Os gemidos
nas camas
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As ancas
O sabor
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O silêncio que posto
em cima do silêncio
usurpa do silêncio o seu magro labor.
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Maria Teresa Horta
in Vozes e Olhares no Feminino, Edições Afrontamento, Porto 2001, pp. 40, 41

5 de mai. de 2009

Carinho dos amigos ...

Vejo os selinhos que circulam entre os blogs como gestos carinhosos,
mimos oferecidos por amigos que nos querem bem.
Gostaria que todos vocês soubessem que fiquei muito feliz ao receber
esses presentes. Muitíssimo obrigada pela atenção e gentileza.
Grande abraço!
Com carinho,
Leonor Cordeiro
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Lou Vilela - Nudez Poética
Fátima Campilho - Blogstórias Essenciais



Elis Zampieri - Sobre educação
Franz Kreuther Pereira -
Este Blog é minha rua
Robson Freire –
Caldeirão de Ideias
Gládis Leal dos Santos -
Palavra aberta
José Antonio Germinal – Educação e Trabalho
Naurelita Maia -
Educadores de sucesso
James P. -
Minha literatura agora
Josiane Andréia Ruhmke –
Alma Amarela

Sabrina Davanzo – InVerso Meu
Manuel A. Marques - Regresso a Lisboa


Sabrina Davanzo - InVerso Meu
Bete - Interagindo
Elaine - Profe Elaine
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Aparecida Ferreira – Janela aberta
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Naurelita Maia – Educadores de sucesso
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Naurelita Maia – Educadores de sucesso


Josiane Andréia Ruhmke - Alma Amarela
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Dilermano Martins - ARteiro


Marisa Pimenta - Vivendo de Histórias


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Gládis Leal dos Santos - Palavra Aberta
Christiani Rodrigues - De Ponta Cabeça

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João Villaret e os poemas de Alberto Caeiro...

3 de mai. de 2009

O céu possível

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A loja de doces era do outro lado da rua. Bolinhos pequenos, secos, revestidos a amêndoas, recheados de mel. Acompanhavam-se com chá de menta. Um odor refinado, fumegante, de tom azul, filtrado por uma luz difusa, sugere um interior. Misturam-se odores, cores e sabores. A loja de doces é o céu possível, num canto da terra..


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