Forma-se o espírito, nutre-se a alma com os bons pensamentos; e o coração vem por fim a experimentar um prazer tão agradável, que não há nada com que se compare; e só o sabe avaliar quem chegar a ter a fortuna de o possuir.
28 de fev. de 2009
Os livros...
Forma-se o espírito, nutre-se a alma com os bons pensamentos; e o coração vem por fim a experimentar um prazer tão agradável, que não há nada com que se compare; e só o sabe avaliar quem chegar a ter a fortuna de o possuir.
25 de fev. de 2009
Bilhetes
Clube Literário - Machado de Assis e Guimarães Rosa... Estrela em poesia!
Em 2007, O MUNDO ENCANTADO DE CECÍLIA MEIRELES destacou o samba enredo da MANGUEIRA que homenageava a língua portuguesa. Ontem, encontrei a Mocidade Independente de Padre Miguel levando Machado de Assis e Guimarães Rosa para a avenida :
"Mocidade apresenta: Clube Literário - Machado de Assis e Guimarães Rosa... Estrela em poesia!"
Um pouco do enredo:
PRELÚDIO (1º ATO)
O NASCIMENTO DA ESTRELA MÍSTICA LITERÁRIA
Os inconfundíveis versos dessa estrela que brilha de uma fusão incandescente viajam em um tempo luzente, riscam o céu com a mesma intensidade de uma estrela cadente e iluminam a nossa querida Mocidade Independente.
Renascem em um sonho acordado e promovem a fusão de três corpos iluminados, que surgem no universo de uma explosão, resistindo ao calor da fricção. E em uma velocidade estonteante cruzam, para além do cosmo, a caminho do planeta Terra.
Com a força do tempo, os corpos iluminados vindos do firmamento − a Estrela da Mocidade Independente de Padre Miguel, Joaquim Maria Machado de Assis e João Guimarães Rosa − chegam, sob encantamento, ao encontro mágico e universal chamado Carnaval.
Fundem-se em uma só estrela, em um único foco de luz que irradia alegria, como se o astro rei, o Sol, fosse a sua única fonte de energia; orquestram-se em uma ópera popular, desfolhando-se em literatura, poesia, história e fantasia, que em forma de samba tudo se traduz. A estrela de luz da Mocidade nos conduz ao Clube Literário Machado de Assis e Guimarães Rosa... Estrelas em poesia!
Abram-se as cortinas... Aplausos!
Em uma celebração sem igual, a Mocidade Independente de Padre Miguel narra esta ópera inspirada em Joaquim Maria Machado de Assis e João Guimarães Rosa e apresenta o enredo do seu samba na seqüência de sete ATOS. "
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A chegada de Guimarães Rosa:
5º ATO:
UMA ESTRELA ADORMECE – NASCE "O ROSA DOS VENTOS"
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Adormece uma grande estrela e nasce a mais nova estrela na literatura moderna brasileira.
Daqui a pouco será crepúsculo. O sol, em fins de tarde de outono, estará brilhando morno sobre o Rio de Janeiro. Irá bater com sua luz nas janelas fechadas de um prédio antigo, no Cosme Velho. Ninguém o atenderá, porque o dono da casa, viúvo e solitário, saiu para um último passeio e não vai voltar. A estrela de Machado adormeceu!
Em um rastro de luz Machado de Assis faz a passagem para a imortalidade, como uma estrela que adormece, nos seios de sua eterna e amada Carolina, e que nunca se apagará... Contudo, como em uma explosão cósmica, surge uma nova estrela. Ressalta das páginas da história o nascimento de João Guimarães Rosa – Rosa de todos os ventos, o Rosa de Minas e o Rosa do mundo.
Lisonjeado, Guimarães apresenta os seus Brasis, segue encantado, como um “literato abençoado” que na folia chega pra dar o seu recado.
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19 de fev. de 2009
17 de fev. de 2009
14 de fev. de 2009
11 de fev. de 2009
Sobre a poesia...
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Sophia de Mello Breyner
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9 de fev. de 2009
Observando
há
as horas de trégua
Quando se afiam
as facas
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De Os Momentos (1981)
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8 de fev. de 2009
7 de fev. de 2009
Da saudade
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Cecília Meireles
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Foto de Luis Lobo Henriques
5 de fev. de 2009
3 de fev. de 2009
Cântico Negro
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CÂNTICO NEGRO
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
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Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
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Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
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Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
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Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
José Régio
1 de fev. de 2009
Lya Luft
Sobre o escrever...
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"Não existe isso de homem escrever com vigor e mulher escrever com fragilidade. Puta que pariu, não é assim. Isso não existe. É um erro pensar assim. Eu sou uma mulher. Faço tudo de mulher, como mulher. Mas não sou uma mulher que necessita de ajuda de um homem. Não necessito de proteção de homem nenhum. Essas mulheres frageizinhas, que fazem esse gênero, querem mesmo é explorar seus maridos. Isso entra também na questão literária. Não existe isso de homens com escrita vigorosa, enquanto as mulheres se perdem na doçura. Eu fico puta da vida com isso. Eu quero escrever com o vigor de uma mulher. Não me interessa escrever como homem."
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Lya Luft
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